Foi com lágrimas nos olhos que dei por mim ontem a dar o suplemento à Amália antes de dormir.
Estava no silêncio da noite quando as pequenitas māos dela num gesto rápido se agarraram com força ao biberon.
Fiquei em nostalgia completa.
Percebi: eles crescem.
Efectivamente num abrir e fechar de olhos eles deixam de depender tanto de nós.
É bom, claro. E também custa, claro.
Agora emociona, depois há-de custar. Primeiro pouco, depois mais, e mais e mais.
É assim. Criamos, ensinamos, preparamos... Para a liberdade.
Talvez entenda agora quando me dizem que vou ter tantas saudades dela assim pequenina, indefesa nos meus braços. Na ânsia de a ouvir falar, de a ver andar, de a querer a comunicar... Corria o risco de nāo me aperceber disto.
Vou, vou ter saudades, claro que vou.
Na ânsia de lhe ver passar rápido as dores... Corria o risco de nāo me aperceber disto.
Vou, vou ter saudades, claro que vou.
Já tenho mesmo antes do tempo andar.
Agora.
Fico no agora.
Ainda falta muito para tudo o resto.
Por agora cada dia uma novidade.
A evoluçāo é abismal. Emocionante. Tocante.
Agora fico pelo agora.
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