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sábado, 28 de junho de 2014

Dias Assim



Há dias assim... Dias em que o mundo nos cai em cima.
Porque sim. Porque assim parece que tentou.
Tinha tudo para ser um dia normal. Não foi. 

Começou mal e teimou em seguir pior. 

Indigna-me a maldade das pessoas. Indigna-me.
No entanto com ela hoje lido melhor.
Espanta-me ainda. Mas com ela lido bem.
Nāo a levo comigo para lado algum. Nenhum.
Menos ainda a deixo entrar aqui.
A maldade, claro. A maldade.

Das mais bonitas coisas que aprendi: deixar ir.

Deixar ir é ser-se grande, enorme, melhor.
Deixar ir é melhor que guardar.
Deixar ir é, por vezes, nem sequer deixar entrar.
Deixar ir é nāo deixar ficar.
Como aquele murro que na montanha nada desfaz, para além do bruto punho fechado.
A māo que embate. O punho que bate. Que se desfaz e racha.
Rachou. A māo.
Fica a montanha. A minha.
Ficou. Intacta.
Dali nem outro punho virá.
De ferido. Rachado. Debilitado.

No meio do tonto inútil punho que se fechou...

Valeu-me o som da gargalhada.
A alegria do teu riso gargalhado quase dobrado.
Pela primeira vez... A tua gargalhada.

Hoje, ali de frente para o mal que alguém me quis...
E lá no alto, nos meus braços erguida...
Rias. Para mim.
Rias, para mim.   

Amália, é pouco o que há para se ensinar...
Mas há muito para se aprender.
E hoje...

A quem mal quer, nada a oferecer.
A quem mal diz, nada fará feliz.




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