Facebook

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Corte De Cabelo e "Updates"


Agarrar numa tesoura e … Zás… Ufa… Custou. O que a pequenita chorou... e a camada de nervos que eu apanhei. É que estava a anunciar ficar com um cabelo de futebolista, versāo anos 80, e nāo ia dar. Mal comecei a ver o arrebitar de umas pontas longas sem nexo tive de me encher de coragem. 
Prova superada. A dificuldade foi acima de tudo o quanto a pequenita chorava e o que me partia o coraçāo. É que ela estava tāo revoltada e indignada com esta ideia de eu lhe estar a cortar o cabelo que contado ninguém acredita. A verdade é que parecia que lhe estava a fazer a pior coisa da vida… 
De coraçāo amargurado lá ia, a custo, cortando aqui e ali. Absolutamente focada, a coisa resultou. 
O pai, ia aparecendo e dizendo: Os caracóis todos!!!! E de repente, eu sentia-me qual Dalila a cortar os caracóis da força de Sançāo… Prova superada. O primeiro caracol guardado para a posteridade e um rosto a descoberto sem pontas anexas fora do sítio. 
Aos 15 meses apenas... pois ela foi carequinha até tarde.
Um "recuerdo":  

Agosto 2014


Junho 2015

  
A diferença é incrível. Sou daquelas māes que ama a comunicaçāo. E por isso mesmo, cada vez mais, me arrebata a evoluçāo incrível e a aprendizagem. O que nós já comunicamos… 
Todos os miúdos sāo diferentes. Cada um com o seu tempo para isto e para aquilo. E se vou aprendendo alguma coisa, é isto mesmo! Respeitar o tempo deles é importante. Sem forçar aprendizagens. E sem vacilar com as vozes daqui e dali. Essa parte é mais difícil. 
Aos 15 meses ainda nāo anda sozinha. Quando há crianças que andam aos 9 meses… Isto pode ser assustador e virar um bicho de sete cabeças. Para quê? Sem razāo. Na maioria das vezes se desenvolvem muito rápido a linguagem atrasam na marcha e vice-versa. Mesmo que se demorem em tudo, é o tempo deles. Andava com a cabeça em água porque ela nāo mastigava. Engasgava-se muito a comer pedaços mínimos… Perdi anos de vida com o pânico de que algo estivesse errado. Na creche comia tudo inteiro, pedaços, arroz, tudo. Em casa fazia birras e chorava por se engasgar imenso com o que quer que fosse sem ser passado na varinha. Esta semana, em casa, começou a comer grandes pedaços e a mastigar lindamente. Um peso que me saiu dos ombros. Menos um medo. Menos um receio. A pediatra brincava na última consulta: "Mas conhece alguém que nāo tenha aprendido a mastigar?" É facto, já mastiga.

Ainda nāo anda mas voa. Aliás, é provavelmente por isso que ainda nāo anda sozinha. Um destes dias, eu no sofá, ela no tapete a brincar e o pai também sentado a ler. 
Ela: "-Mamā!"  
Eu: "- Que foi, meu amor? Vem cá à mamā." 
Nisto ela esqueceu-se que se chamava Amália, que era bebé, que ainda nāo andava... e puf… Levanta-se firme para andar na minha direcçāo. Em entusiasmo brutal só tive tempo de suster a respiraçāo e pensar a mil "em pé... sozinha"… a determinaçāo dela fez prever uma coisa e acabou noutra: um vôo picado aterrando junto a mim em choro assustado. Na realidade, nada que fosse perigoso, claro. Mas assustou-se. Felizmente nunca insistimos para ela tentar andar sozinha. Foi ela que literalmente se levantou e achou que já fazia aquilo desde que nasceu. Assim será outra vez um destes dias mas com um final mais feliz. 
Quanto ao resto, já temos conversas longas. Ela entende tudo o que se diz e responde a perguntas fundamentais. Faz pedidos… bom… pedidos, pedidos nāo sei… Dá ordens. Aponta e ordena: Dá. Ou quando diz: áua. Que em Português significa água. Ou: uta que significa fruta. Mas de tudo penso que o dizer que sim é que alterou em tudo a comunicaçāo. Na verdade, alguém entender tudo o que se lhe pergunta, e ter a possibilidade de escolher entre o sim e o nāo como resposta, faz toda a diferença. O sim foi a alteraçāo mais significativa na linguagem até hoje. 
Hoje é-lhe possível fazer valer a sua vontade. É a força de um sim ou o poder de um nāo.  
É incrível a comunicaçāo, a partilha, a linguagem. E nós, pais, abrimos a boca de espanto o tempo todo. Nem percebemos como eles aprendem, como eles apreendem.  
Sem dúvida, mais bonito ainda que ter filhos é poder comunicar com eles. 
Amália, meu amor, um desejo para a vida: que a comunicaçāo entre nós seja sempre melhor, cada dia melhor. Sempre. 

terça-feira, 2 de junho de 2015

Viral…


Andamos nesta dor que nāo passa. A garganta arranhada, a tosse que acorda o prédio durante a noite e os abraços que damos apenas uma à outra no receio de deixar os outros na mesma. A tosse quando ataca parecemos pequenos "gremlins". Estamos fartas. Eu fartíssima. Acima de tudo por ela, é um aperto vê-la assim constantemente incomodada com isto. Ontem, no dia da criança, quando íamos dar um passeio… Enfim… Um filme. Acabou por chorar desalmadamente e o carro todo sujo depois de vomitar imenso. Valeu-me o pai e os avós. Obrigada <3. 
Sou inconsciente? Nāo. De maneira nenhuma. Os pediatras sempre o mesmo discurso: tem febre? Nāo, nāo tem. Nāo teve. Andamos nisto há 15 dias. Vamos estando bem nos intervalos porque ela é boa miúda, mas longe dos 100% como se percebe. Dificuldade para dormir com a tosse e a garganta a arranhar. Antibiótico? Para ela nem pensar. E para mim de nada vale porque segundo parece é viral. 
Estou mesmo farta. As dores de garganta sāo chatas mas faço a minha vida. Fazemos. 
Porquê? Como? 
É que já foi bem pior. Desde a rouquidāo total ao silêncio absoluto pela falta de voz. Dores que eram muito piores. Agora é uma moínha, uma chatice. A irritaçāo da tosse. Enfim… Há-de passar. 
É já uma espécie de estar doente nāo estando. Ou melhor, é um estar doente mas ignorando. 
Se dizem que nāo há nada a fazer… Que a miúda está bem… Que é tudo muito normal… Entāo façamos a nossa vida normal. Quem sou eu para achar ou deixar de achar? Sou apenas uma garganta com um corpo chato que nāo me larga... mas isso… Isso é um detalhe. Podia ser um "gremlin" feio e assim, pelo menos, só pareço um e muito de vez em quando. Menos mal, porque é mais à noite e está pouca gente a ver. 
Aqui a garganta irritada despede-se na esperança de voltar brevemente com cantilenas bem diferentes. 
Pode ser que este corpo já me tenha deixado de chatear e que tenha virado gremlin definitivamente.
Enfim… Há-de passar.