Facebook

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Os Elevadores, A Vida, A Perfeita (im)Perfeiçāo


Fico doida. Maluca. Nem sei por onde começar… Sāo os elevadores. 
Os elevadores tiram-me do sério. 
Somos māes, certo? Andamos com um carrinho de bebé para todo o lado. A todas as horas e quase em todos os lugares…
Como dizer? Sāo o raio dos elevadores, as casas de banho públicas, os sacos das compras e as malditas escadas. Caramba. Eu explico. Estou enervada. Irritada. Apre. Desculpem mas estou… 

Sāo alguns destes detalhes do dia-a-dia que irritam e tornam a vida imperfeita. Sim. Imperfeita. Nāo me queixo da minha ultimamente. Nada. Quer dizer nestas linhas hoje até me queixo, mas só um bocadinho.

É a falta de educaçāo de algumas pessoas. Muitas mesmo. É inacreditável. Em placas bem visíveis nos elevadores públicos está escrito (e "desenhado" para quem nāo sabe ler) para se dar prioridade a grávidas, idosos, deficientes e pessoas com carrinhos de bebé. 
E faz sentido. Todo o sentido. Pois estas pessoas nāo podem ir pelas escadas com facilidade, nem com segurança. Pois nāo têm grande opçāo. Mas pois que sāo precisamente estas pessoas que ficam eternamente penduradas em frente a portas a abrirem e a fecharem sem que ninguém de lá de dentro se mova para dar prioridade, a devida prioridade. Pior… Até por vezes há quem se apresse a correr e passe por cima destas pessoas para apanhar o seu elevadorzinho num abrir e fechar de olhos. Vale tudo. 

Isto pode durar uma eternidade. Ver entrar e sair pessoas. Porque espaço nāo existe. Nem ninguém se dá ao trabalho de o criar. Mais vale cruzar os braços e rir. É que (para quem nāo perceba a urgência, muito facilmente entendida para qualquer um dos outros caso, sejam eles idosos, grávidas ou deficientes) para além de nāo ser possível irem pelas escadas muitas māes também têm pressa pois têm de dar de mamar/alimentar e mudar fraldas com uma frequência que, pelos vistos, escapa ao conhecimento do mais comum mortal. Ou seja, nāo têm a vida toda para estar em frente a um elevador muito calmamente quanto mais nāo seja porque se massacra os bebés dentro dos carrinhos ao fim de muito pouco tempo. Daí também a prioridade ser para todas estas categorias, pois cada caso à sua maneira precisa efectivamente muito de utilizar os elevadores e com rapidez e eficácia. 
Só posso concluir que todas estas pessoas - dotadas de duas perninhas andantes, cheias de juventude, mobilidade, saúde e perfume - ainda nāo foram pais e/ou nāo foram de todo educados. 

Mas bom, mesmo bom, melhor que tudo... sāo as casas de banho públicas de algumas grandes superfícies. 
É impressionante verificar que há quem projecte, em pleno século XXI, casas de banho sem pensar que se uma māe está sozinha com o seu bebé e calha a ter de ir à casa de banho…  Só tem duas hipóteses: ou faz pelas pernas abaixo ou arrisca-se a ficar sem filho. Porquê? Porque sāo inúmeras as casas de banho onde nāo há espaço para entrar com o carrinho. Ah, claro, também podem achar que seria natural fazer de porta aberta. Pois talvez. Eu nāo acho natural. Nem aceitável. Mas claro que numa cidade onde dificilmente se passa com um carrinho de bebé no passeio nāo se pode exigir muito mais. 

Enfim… Nem quero imaginar o que será andar de cadeira de rodas nesta terra. A minha solidariedade para todas as pessoas com mobilidade reduzida. Nem consigo imaginar.

Foram apenas exemplos… A lista fica bem incompleta mas nāo vou lamentar mais. Por hoje já chega. 
Desculpem. 




7 comentários:

  1. Eu dava-te o meu lugar no elevador de muito boa vontade :) Dispenso mesmo viagens elevatórias enquanto tiver boas perninhas e não me fizer acompanhar de crianças!! Quanto às Wc's nunca tinha pensado nisso porque nunca tive essa necessidade, mas agora que mencionaste é verdade. Eu não conheço uma única grande ou pequena superfície com wc's individuais preparadas para carrinhos. Mesmo um ovo é difícil entrar na wc, tal o seu tamanho. Força :)

    ResponderEliminar
  2. Mas não tinha lido o post até ao final. Talvez seja uma solução passares a usar as wc's para pessoas com mobilidade condicionada. Pelo menos conseguirias entrar com o carrinho e acho que ninguém se chatearia. :)

    ResponderEliminar
  3. claudia castelajaneiro 06, 2015

    Sem dúvida, que nestas situações o melhor seria mesmo utilizar as casas de banho de grandes superfícies para pessoas com algums limitações de mobilidade...eu própria cheguei a ir a uma umas quantas vezes a esses wc´s com o meu filhote quando era bebé, porque deparei-me com o mesmo problema visto estar sozinha e não ter ninguém a quem deixar a criança, porque são bem mais espaçosos, mais amplos e cabe perfeitamente o carrinho e estão bem mais limpas....e detesto a calçada portuguesa....é bem verdade...digamos que não é nada prático para uma mãe que ande com um carrinho de bebé e já deixei de usar salto alto devido à calçada...nem já podemos ser um pouco mais femininas na rua....ficamos sujeitas a torcer um tornozelo! mas quando se dá a volta a isto e se pensa um pouco nestas coisas? Confesso que fico irritada mesmo...

    ResponderEliminar
  4. Não podia estar mais de acordo e passei também por esses percalços quando a minha filha era mais pequena.

    ResponderEliminar
  5. Diana Ramosjaneiro 06, 2015

    Compreendo perfeitamente e tomo as suas dores. Por mais de uma vez que peço às pessoas para sair, o que acontece, nunca sem reclamar. Mas cansei-me de esperar...

    ResponderEliminar
  6. Subscrevo tudo o que refere neste post.... existe um déficit civilizacional em Portugal...foi a conclusão a que cheguei desde que sou mãe. Mas também existe falta de planeamento. Lembro-me do dia em que num hospital privado estava sozinha com a minha bebé a aguardar a consulta com a pediatra e de repente fiquei com vontade de ir ao wc....o qual era literalmente um cubículo...pois...e isso seria muito bonito se eu pudesse levar comigo para o dito cubiculo uma bebé de 2 meses...mas não era possível...então tive que confiar na generosidade de uma das assistentes para olhar pela bebé, correr para o cubículo, fazer o que tinha a fazer, lavar as mãos e correr para a sala de espera....um pouco ridículo, mas verídico, pois é inimaginável a ansiedade que causa a uma recém mãe deixar o seu bebé com uma total estranha, nem que seja por breves segundos....enfim... ....só me lembro também de estar grávida e estar em caixas de supermercado e hipermercado e as pessoas ignorarem o meu barrigão...ah...estando eu em fila prioritária e essas pessoas não possuíam qualquer tipo de contingência que lhes conferisse prioridade....enfim...as coisas que as pessoas fazem para disfarçar e depois quando alguém lhes chama a atenção:"ah, não tinha visto", isto mesmo depois de terem olhado VÁRIAS vezes para a minha barriga (que era ENORME).... e os passeios das localidades portuguesas? cheios de altos e baixos, com uma largura minúscula, onde não cabe nem um carrinho de bebé, nem uma cadeira de rodas...depois admiram-se de verem cadeiras de rodas a circular em plena via pública...pudera....é impossível fazê-lo de outra forma em alguns locais...

    Desde que sou mãe tomei uma maior consciência sobre estes e outros problemas, confesso que me faz muita impressão a falta de acessibilidades....mas ainda me faz mais impressão o mau uso que se faz das poucas acessibilidades existentes...

    ResponderEliminar
  7. Tu acreditas que até ser mãe não imaginava a quantidade de pessoas que usa o elevador num shopping?? É que eu só passei a usar agora que sou mãe e ando de carrinho. E tal como tu, passo-me com a má educação e falta de civismo das pessoas. estou eternidades à espera de conseguir entrar num elevador, porque vai lá dentro toda a gente menos as que realmente precisam! passo-me! :(

    ResponderEliminar

A sua opiniāo e experiência é importante. Comente: