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quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Último Dia Do Ano


O Natal foi cheio. Intenso. Incrível. 
Vi-te conhecer o Pai Natal na pontinha dos teus pés de olhar fixo e incrédulo. Olhar de quem pouco sabia sobre a palavra presente. Rápido aprendeste… Claro. Aquelas barbas brancas no humor característico do amor que ali se vive… Sempre. Todos os dias, todos os anos. 
Nāo escrevo mais sobre ele pois nāo posso. Hás-de crescer e ler… Depois torna-se complicado explicar. Fico por aqui sobre o nosso Pai Natal. Sim, o nosso, pois nem todos têm Pai Natal assim… Numa intensa e prolongada visita. Temos muita sorte… Obrigada Pai Natal.

Agora vem o ano novo. O próximo. Contigo. 
A vida cresce. Completaremos o teu segundo ano e juntas entraremos no terceiro. 
Os dias de festa nāo acabam, nāo acabarāo jamais. 
Trouxeste contigo a nova dimensāo do tempo. Ver-te crescer tem sido a mais profunda noçāo de que nāo há tempo a perder. Contigo o tempo ganha-se. 

2016 será, sem dúvida alguma, de um crescimento intenso. 
Feliz Ano Novo. 
Que o nosso crescimento seja o espelho da esperança na vida, nas pessoas e no mundo. 
Venha daí esse novo ano que nos acrescentará sempre mais e mais e mais. 

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

A Primeira Vez No Palco




Eram 10 horas de uma manhā de Dezembro e tive a certeza… Recordarei este dia. 
Sei pouco do futuro. Interessa mas "desinteressando" para o caso. 
Eram 10 horas de uma manhā de Dezembro quando subiste a um palco pela primeira vez. 
Interessando muito mas pouco para o caso (pois nāo sabemos que farás quando fores grande): serás o que quiseres ser no futuro. Farás o que quiseres fazer no mundo. Com a certeza intocável do nosso abraço.

Mas sobre a particular manhā de sábado… 
Ali estavas. Mesmo que de futuro te fiques por estas simples manhās… 
Jamais esquecerei o olhar firme, certeiro e esse teu pequeno grande passo intrigado. 
Morri. De amor.
Nāo… Nāo: Nasci. De amor. Vivi. Senti. Filmei. Fotografei. Vibrei.
Fui incapaz de travar o pensamento. Voei. Projectei. Até lembrei.

O palco foi por minutos a tua casa. 
Tua e tāo somente tua. 
Mentira. 
Sendo tua, voltou por um pedaço que seja a ser minha.
Obrigada, minha incrível filha. 







sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

A Caixa Mágica





Esta semana, o Anita Mamā foi à caixinha mágica. O programa Faz Sentido, da SicMulher, convidou-nos e fomos com gosto. Em casa, a pequenita nāo queria acreditar. Ainda nos rimos muito com a surpresa dela ao ver a mamā ali dentro da caixa, mas surpresa enorme foi ver-se a si mesma e gritar com  todo o entusiasmo: bébé, bébé!! Claro está que nos rimos. Nesta idade, este fascínio é uma ternura. Toda a descoberta do mundo e de como as coisas funcionam é uma constante. 

Agora, cada vez que aparece alguém na televisāo lá repete de dedo apontado incrédula como quem estranha a ausência: mamā? Bébé? 
Esta expectativa há-de acalmar. Faz sentido ;) 

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Nāo 'Tá... 'Tá Aqui!


O amor reflecte-se na mais pequena das coisas. 

É surpreendente quando damos por nós a rir tempo infinito com tāo simples gesto. 
Cucu… Onde está a bébé? Nāo 'tá… 'Tá aqui! 

Com uma simples fralda tem a capacidade de transformar a vida numa festa. 

Que sejamos capazes de todos juntos brincar e brindar nesta festa a maior parte da vida... Inteira, meu amor, a maior parte da vida que é como dizer… a tua vida inteira. <3  

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Nāo Estou Aí Nem Aqui


Aqui, neste lugar onde estou, apesar de tanto e muito, torna-se vazio no tudo. 
Porquê? - Perguntarias se já falasses com o pensamento no fio de um mais composto raciocínio. 
Porque aqui nāo estás. Responderia.
És menina, já nāo tanto bebé. E nestes dias vi-te quase sempre e pouco, nunca suficiente, pelo quadradinho de um telefone que hoje calha a trazer-me, melhor que antes, imagens tuas em movimento real e directo. Corres em direcçāo a mim, presa nesse pequeno ecrā de tamanho limitado, onde escondo a emoçāo de receber os teus beijos cândidos e espalmados. A minha imagem mexe-se lenta no som atrasado da distância. És meiga, mesmo longe. Mesmo sem saberes de mim. 
Era terrível se fosse diferente. É terrível sendo assim. 
"Os filhos sāo nossos mas nāo nos pertencem" - ou qualquer coisa por aí. 
Estou pela primeira vez uns dias sem ti. Dias eternos que me fazem morrer sempre e sempre por ti.  
Antes de partir, guardei-te num abraço roubado e aqui permaneci ridícula nesta dor de coraçāo pequeno, inquieto de tāo espalmado.  

Volto sempre, como prometi. 
Māe 



sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Ser Água



Em tempos, olhos nos olhos, uma pessoa desconhecida afirmou-me: 
-"Você é como a água. Chega a todo o lado. Nada a para." 
Senti a força da verdade nisto, mas muito me espantou aquela pessoa.

Anos passaram. Outras pessoas voltaram a falar-me da força da água. Numa conversa acesa, amigos, colegas, desconhecidos, discutiam. Eu, longe de casa -saudades dos pais, da família, dos meus, das minhas pessoas- vivia o sonho real da grandeza das coisas. Na grandeza do que maior nos acontece, aparecem as lutas, algumas, as invejas, outras, o medo, grande. O que nāo devemos esquecer é o foco. A tal e verdadeira grandeza. Com ela viver e também com tudo o resto. De volta a casa nesse dia triste, um amigo a sério, dizia-me na minha māo dada e dos meus olhos no chāo: "Be water my friend". 
De novo, cá estava ela outra vez. A água. 
Emociona-me. 
Ele seguiu: "Not your kind of film, though Bruce Lee is nice" 
Afinal, era mesmo o meu filme. Era de água que se falava. Era pois, como sempre, o meu filme. A água.


Hoje escrevo para te dizer que nāo me posso esquecer. Esquecer de te dizer.
É a grandeza. É a água. É o que tiver de ser. A verdade está sempre no foco. Nāo perder o foco. O percurso leva-nos onde quisermos ir. Para isso, é simples, há que ser água. 

Be water, my love. Sê água, meu amor. <3 

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

A Chegada Dos Pássaros



Era noite já tarde. O telefone tocou. O toque diferente.
Sentia-se na hora, na urgência com que tocava.
Ao Pedro, antes de atender, perguntei: Que horas sāo?
Senti. Sabia.
Do outro lado, a emoçāo, a voz trémula.
Deste lado, a certeza. A comoçāo.

Nasceu! Já nasceu!!!

A emoçāo aumentou. O coraçāo cresceu.

É assim a natureza na sua mais perfeita conjugaçāo.

É incrível. É tāo incrível.
Sou tia!!!!

Parabéns, meu irmāo. <3


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Teste Para Preparaçāo Intensiva Para Ter Filhos



É de gargalhada que publico este texto hilariante. Nāo é meu.
Raramente coloco aqui textos de outras pessoas. Neste caso é incontornável. O texto é de rir. 
A fonte diz nāo saber quem é o autor. Chegou à minha caixa de correio através de um link para este blogue: 

Agradeço de coraçāo porque me ri a bom rir.   
Divirtam-se como eu me diverti sobre as mais incríveis táticas de preparaçāo para a maternidade e paternidade.
Aqui vai:

" Teste 1: Preparação

Mulheres: preparação para a gravidez
1. Vista um roupão e coloque um saco de feijões à frente.
2. Deixe ficar.
3. Passados 9 meses retire 15% dos feijões.

Homens: preparação para os filhos
1. Vá à farmácia, esvazie o conteúdo da sua carteira no balcão e diga ao farmacêutico para fazer o que quiser com o dinheiro.
2. Vá ao supermercado e combine um modo de o seu salário ser pago directamente para a conta bancária deles.
3. Vá para casa. Pegue no jornal e leia-o pela última vez.

Teste 2: Conhecimento
Escolha um casal que já tenha filhos e critique-os sobre os seus métodos de disciplina, falta de paciência, níveis baixíssimos de tolerância e sobre como permitem que os filhos corram como selvagens.
Sugira formas para melhorarem os hábitos de sono dos filhos, treino do bacio, maneiras à mesa e comportamento em geral.
Aproveite. Será a última vez na sua vida em que terá todas as respostas.

Teste 3: Noites
Para descobrir como serão as suas noites:
1. Passeie pela sala de estar entre as 17h e as 22h carregando um volume com cerca de 4 a 6 kg, com o rádio mal sintonizado (ou outro som insuportável) bem alto.
2. Às 22h pouse o saco, ponha o alarme para a meia noite e volte a dormir.
3. Levante-se às 23h e ande com o saco na sala de estar até à 1h da manhã.
4. Ponha o alarme para as 3 da manhã.
5. Como não consegue voltar a adormecer, levante-se às 2h da manhã e faça uma chávena de chá.
6. Deite-se às 2h45.
7. Levante-se novamente às 3h, quando o alarme tocar.
8. Cante no escuro até às 4h.
9. Ponha o alarme para as 5h da manhã. Levante-se quando tocar.
10. Faça o pequeno almoço.
Mantenha esta rotina durante 5 anos. Aparente estar cheia de energia!

Teste 4: Vestir crianças pequenas
1. Compre um polvo vivo e um saco de atilhos.
2. Tente colocar o polvo dentro do saco de forma a que não saiam braços
3. Complete esta tarefa em 5 minutos.

Teste 5: Carros
1. Esqueça o BMW. Compre uma carrinha de 5 portas.
2. Compre um cone de gelado de chocolate e coloque-o no porta-luvas. Deixe-o lá ficar.
3. Pegue numa moeda e coloque-a no Leitor de CDs.
4. Pegue numa embalagem de bolachas de chocolate e esmague-as no banco de trás.
5. Passe um ancinho ao longo dos dois lados do carro.

Teste 6: Passeio a pé
1. Espere.
2. Vá para a porta da frente.
3. Volte atrás.
4. Saia.
5. Volte para dentro novamente.
6. Saia novamente.
7. Desça as escadas.
8. Volte a subir as escadas.
9. Volte a descer.
10. Ande 5 minutos muito devagar.
11. Pare, inspeccione bem à volta e faça pelo menos 6 perguntas sobre cada pastilha elástica usada, papel sujo ou insecto morto que encontrar no caminho.
12. Retrace os seus passos.
13. Grite que já aguentou tudo o que podia até que os vizinhos venham cá fora ver.
14. Desista e volte para casa.
Agora está preparada para levar uma criança pequena a passear.

Teste 7: Conversas com crianças
Repita tudo o que diz pelo menos 5 vezes.

Teste 8: Compras
1. Vá ao supermercado. Leve consigo o mais parecido com uma criança em idade pré-escolar que encontrar – uma cabra adulta, por exemplo. Se tenciona ter vários filhos, leve mais do que uma cabra.
2. Faça as compras da semana sem perder a(s) cabra(s) de vista.
3. Pague tudo o que a(s) cabra(s) comerem ou destruírem.
Só deverá considerar ter filhos depois de conseguir fazer isto facilmente.

Teste 9: alimentar um bebé de 1 ano
1. Esvazie um melão.
2. Faça um buraco pequeno de lado.
3. Pendure o melão no tecto e balance-o.
4. Pegue numa taça de cornflakes ensopados em leite e tente enfiá-los à colherada no melão irrequieto, enquanto finge que é um avião.
5. Continue até que metade dos cornflakes desapareça.
6. Cole o que restar no seu colo, certificando-se de que uma grande parte cai no chão.

Teste 10: TV
1. Aprenda os nomes de todos os personagens dos Wiggles, Barney, Teletubbies e Disney (no nosso caso é mais dos Gormitis, Scan2Go, Super Heróis, etc).
2. Veja apenas isso na Televisão durante pelo menos 5 anos.

Teste 11: Desarrumação
Consegue aguentar a desarrumação das crianças? Descubra se sim ou não.
1. Espalhe manteiga no sofá e compota nas cortinas.
2. Esconda um peixe por trás da aparelhagem e deixe-o lá o verão inteiro.
3. Enfie os dedos na terra dos vasos e a seguir esfregre-os nas paredes.
4. Esvazie todas as gavetas, prateleiras e caixas da casa para o chão e siga para o passo 5
5. Aleatoriamente, leve objectos de uma sala para a outra e deixe-os lá.

Teste 12: Viagens longas com crianças
1. Faça uma gravação de alguém a repetir bem alto “Mãe”. Importante: não deve deixar mais de 4 segundos de intervalo entre cada “Mãe”. Inclua ocasionalmente um crescendo na voz até um nível supersónico.
2. Ponha esta gravação a tocar no carro, sempre que for a algum lado, nos próximos 4 anos.
Está preparado para fazer uma viagem longa com uma criança.

Teste 13: Conversas
1. Comece a falar com um adulto à escolha.
2. Peça a alguém para continuamente puxar a sua saia ou manga da camisa, enquanto toca a gravação “Mãe” referida acima.
Está preparada para ter uma conversa com um adulto com uma criança na sala.

Teste 14: Preparar-se para o trabalho
1. Escolha um dia em que tenha uma reunião importante.
2. Vista o seu melhor fato de trabalho
3. Pegue numa chávena de natas e junte um copo de sumo de limão.
4. Mexa bem.
5. Entorne metade na sua saia.
6. Ensope uma toalha com o resto da mistura
7. Tente limpar a saia com essa toalha.
8. Não mude de roupa (não tem tempo).
9. Vá para o trabalho.


PARABÉNS, ESTÁ APTO PARA TER FILHOS!" 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Hoje Nāo Estamos. Ontem Também Nāo. Amanhā Nāo Sabemos.


Aquele dia em que se entra no centro de saúde e rebenta a bolha. Acabou. Deixamos de pensar.

Para trás outras vezes, muitas. Antes de ir já tenho de respirar fundo e meditar. Nada funciona. Um sistema de senhas, ou nāo, quatro. Afinal quatro. As indicações coladas a fita cola, várias. Muitas. Leitura intensa. Nada rápida. Tanta informaçāo. Sempre nova. Sempre diferente. Afinal qual é a senha hoje? Nāo é. Só de vez em quando. De quando em vez se nāo der muito trabalho. Sempre a mesma implicaçāo:
Nāo tem marcaçāo? Pois!
Nāo. Nem sempre é possível marcar. Aliás, sempre que marco arrependo-me. Em geral, arrependo-me de lá ir.
Supostamente, a lei, a regra, o sistema prevê o atendimento com base nas marcações dando-lhes prioridade mas prevê também o atendimento por ordem de chegada, naturalmente. Pois… Prevê. Como um plano que se imagina mas depois nunca se cumpre. Já foram três as vezes que vim mandada para trás, por recusa das recepcionistas. A sala podia até estar cheia e compreenderia, nāo estava. Nenhuma das vezes.
Da última vez cheguei e o andar estava em obras. Mudaram de piso. Mais um papel colado meio torto na frente da porta do elevador. Estavam portanto no novo 1' piso. Estar estavam. A porta do elevador abre-se novamente. O primeiro piso estava no lugar, nāo tinha ido de férias. Nos braços, sempre a Amália pequenina. Na parede mais uns recados, outros, imensos, sempre colados:

"Hoje atendimento só por marcaçāo".
Ui!!!! As máquinas das senhas vazias.
A sala com uma pessoa apenas à espera. Mais uma vez em vāo. Junto do balcāo pergunto:
"Desculpe, mas porque é que hoje, mais uma vez, nāo posso tirar senha e ser atendida por ordem de chegada e, sim, dando prioridade às marcações como é suposto?"
"Pois nāo, nāo pode. Estamos em obras."
"Nāo percebo. Nāo estāo em obras para quem tem marcaçāo?"
"Nāo."
"Sendo assim… Nāo compreendo. Repare: está apenas uma pessoa na sala de espera. Nāo posso dar vacinas à minha filha porquê?"
"Porque nāo fez marcaçāo."
"Mas eu nāo sou obrigada a fazer marcaçāo."
"Pois. Mas estamos em obras e só vacinamos hoje quem tiver marcaçāo"
Fervi.
Se fosse maluca agarrava no telefone e ligava a marcar para aqueles 5 minutos seguintes.
Como nāo sou, limitei-me a ficar incrédula e a escrever no livro de reclamações.
Fui-me embora em revolta absoluta.
Esta foi a vez passada… Cheguei até a ponderar mudar de sítio para as vacinas.

Agora, outra vez, mais uma vez:
Sempre uma regra nova, acabada de criar. Se nāo estāo a mudar de piso, estāo com horários novos. Ou entāo simplesmente nāo estāo para nada que dê trabalho ou que conte com a boa vontade. Chateia-me. Chateia-me porque o enfermeiro, que a maioria das vezes lá está, é um amor de pessoa e nem sempre o serviço lhe permite fazer melhor. Rodeado de caras carrancudas que gostavam de fazer qualquer coisa menos estar ali, o enfermeiro, aquele, esse que falo, faz o que gosta. Dá o seu melhor. Sempre. De Inverno ou Verāo. Faça chuva, faça frio. O problema é que… Para chegar a ele é preciso passar por quem se delicia a criar novos horários, colar recados nas paredes e se diverte a dificultar a vida das pessoas.
Pessoa para quem é uma afronta, uma ousadia, alguém aparecer sem marcar. Atender utentes que aparecem para vacinar os filhos, imagine-se lá… Sem telefonar. Pais que ainda por cima levam consigo a vacina. Comprada por eles mesmos na farmácia. Vacinas nāo comparticipadas. Aquelas que só salvam quem pode pagar um bocadinho mais. Enfim… Parece ser uma verdadeira loucura permitir ter acesso e direito à saúde a várias horas, de uma forma simples e imagine-se, incluindo a hora de almoço… Nāo, afinal nāo, agora a porta também se fecha para almoço. Mas agora, apenas este mês. Das últimas vezes, ainda no mês passado, nāo fechavam para almoço.
Agora sim. Espere lá… Como é para si… deixe lá ver… Hoje nāo estamos a mudar de piso… Hoje nāo estamos cheios de gente, hoje nāo estamos… Olhe faça assim: Hoje nāo estamos. Faça de conta.
Ah, talvez seja isso: hoje nāo estamos. Nem hoje nem nunca.

Enfim, um desabafo. Valham-nos os profissionais que amam o que fazem.
Desta vez nāo saí de lá sem vacinar a Amália. Nāo menos irritada, mas nāo, chega. Agradeço ao enfermeiro do costume. O mesmo, sempre o único. Gosto dele. Gosta do que faz.

Em Londres, sempre que fui a um centro de saúde tive apenas de chegar e esperar na fila.
Imagine-se que até me perguntavam quando chegava:
"Como posso ajudar?"
Explicava, sentava-me e esperava.
Imagine-se, uma loucura.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Ser Tia

Há notícias que nos mudam, que nos transformam. Há uns dias a alegria imensa de uma amiga do coraçāo que vai ser māe. Fico de coraçāo à banda e derretida por ser tāo incrível a felicidade sobre a gravidez, maternidade e paternidade das nossas pessoas tāo próximas. Há quase 9 meses, o telefonema do meu irmāo, que vive fora, e a minha intensa alegria quando ouvi "vou ser pai".  Eu na expo no meio do nada, a fazer pouco como é raro e … O rio parou para me ouvir "Vou ser tia". Recebeu na corrente todas as minhas lágrimas de alegria. 
Vou ser tia. Tāo em breve… mesmo em breve. Está mesmo mesmo mesmo quase aqui… 

Os meus queridos tios com a minha prima. 

Como "amo de paixāo" as minhas tias, é para mim a total emoçāo e comoçāo tornar-me tia. 
De ampulheta na māo, conto os dias, as horas, os minutos, os segundos. As tias sāo fundamentais na felicidade e desenvolvimento dos sobrinhos. Quero ser a melhor tia do planeta e arredores. Sou tia do pequeno grande amor que nasce já nos próximos dias, filho do meu irmāo, mas serei também tia, nada emprestada, do pequeno amor que ainda é feijāo na barriga de uma das minhas melhores amigas. Um feijāo, caju ou semente também altamente esperado, pois ela é o melhor coraçāo e será uma māe maravilhosa. 
Ou seja… A vida é incrível neste seu fenómeno tāo perfeito, nesta sua natureza tāo incrível.
Cabe em mim tanta felicidade. Vou ser tia. 

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Hora Do Banho


Com dias ou meses choram desalmadamente na hora do banho. Aquele arrepio, aquele desconforto do desconhecido. O tempo passa, o problema vira outro… 

- Amália, temos de sair do banho!
- Na! Na! Na!
- Amália, meu amor, nāo se pode viver dentro de água. Anda lá!

E nisto, inicia-se todo um processo de adeus, tchau, buy buy. É precisamente nesta altura que eu penso todos os dias o mesmo: ela gosta mesmo de água. Ela gostava de viver dentro de água. 
Encharcada, divertida no seu chap chap com o pa, mais conhecido por pato, diz-me adeus várias vezes e de todas as formas e feitios, na esperança genuína de me ver pelas costas. Na esperança amorosa de simpaticamente me explicar: 
- Māe, nāo é preciso chegar aos 16, esta tarefa já seria muito melhor sem ti aqui…  

Claro que é precisamente na altura em que tenho de pegar nela ao colo para a tirar e embrulhar na toalha. Os próximos minutos sāo sofridos. Os dela e os meus. Ela chora horrores com a sentida separaçāo "infinita" destas 24 horas até ao próximo banho, e eu fico no sufoco do choro dela por ter de a contrariar. Claro.

Ouvi, li e vi birras… Se vi, se li, se sei, se as fiz… 
Quero agora tirar um mestrado para saber como lidar com elas. Sinto que estāo mesmo aí.
Socorro… Por agora é a hora do banho… E amanhā? Ou depois… 
Tenho de me preparar. 



segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Educar A Alimentar


A alimentaçāo dos miúdos pode ser um pesadelo. Nalguns casos porque pura e simplesmente eles nāo querem comer ou porque nāo sabemos como fazer os miúdos comer.  
Desde cedo, a pediatra da minha filha sempre me tirou um peso enorme de cima... Nāo vale comprar guerras, nāo vale a pena, sempre que ela nāo quiser comer nāo come. Assim foi, assim teve de ser. 
A vontade teve de partir dela. Foram algumas as vezes em que, ainda mais bebé, isso aconteceu. Para aprender a comer a sopa foi difícil, foi um pesadelo. Passou. 
Como? Nāo queria, nāo comia. Eu insistia. Errei por vezes e obriguei. Só tive sucesso quando mudei de atitude. Falei com a médica e percebi: tente apenas, nunca obrigue! Só assim resultou. 

Hoje, a maioria das vezes, ela come tudo. Quando digo tudo, é mesmo tudo. Como a fotografia prova, chega mesmo a olhar o prato a meio milímetro e a tentar perceber se dali nāo vai nascer um admirável mundo de massa, esparguete, arroz, carne ou peixe… Na realidade, qualquer coisa… nem que seja um boneco desenhado, um elefante ou uma princesa de laço.  
Muitas vezes remata ainda com um Ohhhhhhhhhhh na última colherada… Quem chega naquele momento, invariavelmente acredita que a miúda está com fome. É o ar dela incrédulo a avaliar o fundo do prato. Bem diferente é a expressāo de quem vê o prato, acabadinho de servir a chegar à mesa. 
É importante servir a quantidade certa. Qual a quantidade certa? Pois...
Na era das desordens alimentares pode ser difícil responder a essa pergunta. Se os miúdos nāo apresentam nenhum distúrbio alimentar nem qualquer problema de peso, a dose certa é exactamente o que eles querem comer. Os miúdos, como nós, nāo sāo máquinas. Uns dias temos mais apetite e noutros temos menos. Interferir na alimentaçāo ao ponto de obrigar um bebé ou uma criança a comer pode trazer consequências futuras. Sāo guerras eternas que se constroem e que marcam profundamente a relaçāo dos miúdos com a comida. Comer deve ser um prazer para além da necessidade. 

É nossa missāo enquanto pais, ensinar a comer. Educar a alimentar. Alimentar educando. Saber comer é ter com a comida uma relaçāo saudável. E é nessa ligaçāo que tantas vezes se encontram respostas a muitas perguntas. 
Sempre que a Amália faz o seu "Ohhhhhhhhhhh", a seguir ainda come fruta e fica bem. Nāo chora com fome. Nem chora para se encher até cair para o lado. Também sei que se lhe desse mais massa depois do "Ohhhh" ela comia. Claro. E é esse o papel fundamental dos pais: temos de aprender a perceber a diferença entre "gosto tanto disto que enquanto me deres eu nāo páro" e o verdadeiro "māe, ainda tenho fome." Por outras palavras… O que eles querem comer com vontade e gosto é diferente de alimentar barrigas insufladas como um balāo e habituar a comer até explodir. É também, em parte, matemática. Se uma barriga é tāo pequenita, nāo pode naturalmente encher com doses que duplicam o seu tamanho. Como em tudo, é no equilíbrio que está a dose certa. 
Difícil também é quando nāo gostam de comer. 
O mundo por descobrir torna uma "chatice" o simples acto de sentar e comer. Trazer para a hora da refeiçāo o prazer e o convívio pode fazer milagres. Nunca, mas nunca, obrigar a comer. Aprendi com quem sabe.
Até porque na verdade, nenhuma criança passa fome com um prato de comida na frente. 
Forçar nāo é soluçāo.  
Vale educar a alimentar e alimentar educando.

sábado, 19 de setembro de 2015

Adeus Fralda


Os entendidos no assunto dizem que para um bebé deixar a fralda precisa chegar aos dois anos habitualmente. Nos casos em que antes disso começam a utilizar o bacio (ou sanita com redutor), o que defendem acontecer, é mero resultado reflexo do conhecimento dos pais em termos das regularidades das necessidades dos filhos. Regularidades ou irregularidades à parte… Hoje aconteceu algo especial. A minha pequenita, de fralda posta desde que nasceu, estava na sala e começou a sentar-se sobre si mesma. Parecia um gesto reflexo para se sentar num bacio imaginário. Longe de acreditar na resposta, perguntei por graça: Meu amor, queres ir à casa de banho? Fiquei de queixo à banda quando a resposta foi - simmmmmmmmm. Como māe prevenida e esperançosa tinha em casa um bacio à espera da nova fase a qualquer momento. No fundo do meu pensamento estava sempre um "nāo pode ser!". 
Pode, ai isso é que pode. Nāo interessa nada entrar em grandes detalhes. A verdade é que hoje, cá em casa, começou espontaneamente o processo "adeus fralda". Espantem-se os entendidos ou nāo… Aos 18 meses é possível. Com 18 meses dizem pouco, entendem muito, respondem a tudo. 
Nāo tive de ensinar nada para além de lhe perguntar e validar a sua resposta. 

Hoje foi o primeiro dia. É de rir, mas cá em casa foi mesmo uma festa. 
E que mal tem? Para uma boa festa é apenas preciso uma excelente razāo. 
Foi assim a festa do "Adeus fralda"




sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Regresso Às Aulas


Lembro o frio na barriga do regresso. Um misto entre a tristeza que fica na memória de cada grāo de areia e a vontade genuína e entusiasmante de regressar. O cheiro dos cadernos novos e o papel colante a brilhar. A mochila acabada de comprar e o estojo em lata cheio de lápis para desenhar. Eram as aulas. Já menina, de vestido e gancho no cabelo ia feliz com o aperto para descobrir novos segredos.

Ainda antes, mais para trás, na creche, na infantil, no infantário, era um drama. Recordo esse choro, lembro bem o desespero, aquele medo. Dias menos felizes por nāo conhecer aquele largar. Era pequena, tāo pequena que nem seria natural esta forma de recordar. Faz parte mas eu nāo sabia como e porque é que tinha de lidar. 
Nāo sabendo ainda o segredo mas na sorte do sucesso, a Amália hoje corre pelo corredor para lá chegar. Gosta de ali estar. Pode ser sorte, pode ser segredo… Mas de manhā, agora, digo sempre: A māe vai-te buscar. Ela sorri e num gesto que sinto agradecido diz-me que sim. 
Partia-me o coraçāo se fosse diferente. Seria impossível se fosse como eu, a chegar triste e inquietante. 
De manhā, antes de ir, acalma-me o coraçāo aquele sorriso e aquela certeza. Olhos felizes de uma idade maior e conhecimento infinito. Tranquiliza-me. Olhos que me dizem - Estou bem, māe. Fico bem, māe.  Ela nāo diz. Essas palavras sāo ainda desconhecidas. Diz no sorriso. É esse o meu entendimento. É essa a certeza.  

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Sobre A Segurança


As férias acabaram. Por graça repito que agora é que tenho de descansar. Passar férias passou a ser mais organizado e mais facilmente caótico. Temos sorte. A sorte da vida. Uma filha que nos enche a alma só de a ver dormir em paz ao final da tarde na sombra calma de um simples chapéu. Uma filha que nos rebenta o coraçāo naquele beijo inesperado sem aviso ou no abraço quente e forte que nenhum de nós implorou ou pediu. Temos sorte. 


Andei com a barriga às voltas. Andei…  
Nāo tenho escrito. O amor continua, nāo acabou, claro. Deixei de escrever porque mais que nunca decidi avaliar a segurança do que postava e escrevia. Desde que saiu a decisāo de um juíz sobre as publicações de fotos e informaçāo nas redes sociais sobre os filhos referente a um caso específico que em nada tem a ver connosco… No entanto, fez-me parar para pensar mais e a fundo. 
Achamos que fazemos tudo, o melhor, o mais possível pelos nossos filhos… Gelei… 
Decidi, e por isso escrevo: nāo voltarei a publicar fotografias da minha pequenina que a coloquem na mais ínfima hipótese em risco. 
Sempre tentei ser equilibrada nas minhas opções. Por norma vou sendo. Gelei quando procurei e encontrei mais informaçāo. O mundo nāo é feito apenas de amor e de almas perfeitas. O mundo pode tornar-se perigoso e, neste caso, nada jamais vale o "tentar para ver". Nāo se brinca com a segurança de um filho. Nāo se brinca com o que possa, mesmo que eventualmente, prejudicar a harmonia e paz de uma família. Hāo-de existir milhares de māes que continuarāo a publicar fotografias dos filhos. Respeito. Apenas decidi que nāo vale mesmo a pena. Vejo agora de frente o risco. E com este nāo se brinca. A segurança banal  e que sempre segui passava por coisas como: nāo dar informaçāo da localizaçāo, nāo colocar fotos dos filhos no banho ou nús, nāo fotografar com fardas da escola ou no bairro de residência, nāo postar fotografias que se possam tornar virais e/ou que se possam virar contra eles como motivo de ridicularizaçāo… Nāo fazer isto, nāo fazer aquilo… Uma lista que me parecia sensata e completa e que segui sempre à risca. Sobre locais só falava depois de já lá ter passado, por exemplo.  Tudo absolutamente controlado e sensato. Percebi… Nāo é suficiente. Nem é justo. 
Um filho está sob a nossa asa. Sob a nossa protecçāo… Mas "os filhos nāo sāo nossos". Sāo pessoas e também eles com os seus próprios direitos.  Enquanto māe, nāo tenho o direito de expôr um filho meu. Sim, postar fotografias é expôr um filho. É mostrá-lo globalmente sem sair de casa. É muitas vezes torná-lo alvo de interesse sem o próprio sequer ter sido consultado. É tornar possível que a sua fotografia corra mundo e vá parar a parte incerta e desconhecida. E esse simples clique em "publicar foto" pode dar origem a inúmeras utilizações erradas. Desde a fotografia ser aproveitada para publicidade indevidamente ou até em casos bem piores ser manipulada e incluída em sites com conteúdo duvidoso, ou mesmo ainda ir parar a perfis falsos como sendo filho/a de outros pais. 
Posto isto, decidi que nada mesmo nada, em momento algum, vale a publicaçāo da foto de um filho em que o mesmo seja identificável.  
Obrigada pelo vosso carinho e por toda a partilha que aqui tem ocorrido. Essa partilha pode continuar a existir. Será apenas diferente. De hoje em diante, diferente. 
Mas continuarei por aqui.
O mais importante sāo mesmo os nossos filhos. <3 



sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Uma Filha Crescida


Começa tudo a parecer distante. 
Os recém-nascidos parecem mais pequenos. A memória já falha de tantas recordações. Os bebés, assim sāo, enquanto não andam. Sou mãe de uma filha crescida. 
Filha comunicativa. Pequena na sua estatura, elegante no seu estar doce e delicado mas grande no seu entendimento. Percebe, sabe e explica muito. O que quer. O que não quer. O que gosta. O que desgosta. 

Era isto que se dizia por aí… Agora sei… 
'Aproveita. Passa num instante.' 'Não reclames que depois vais ter saudades.' 
... Era.  Agora sei. 
Esperei pela comunicaçāo. Esperei pelo entendimento, pelo andar… Esperei.

Hoje passeia pela casa, faz visitas guiadas à casa de banho. Apresenta-nos dignamente o bidé e a sua  torneira amiga quase com nome de pessoa.  O "nham nham"e a papa ficam envergonhados ao dedo que ela aponta nas badaladas da fome. Ri gargalhadas das tontarias do pai e das palermices da mãe. Decide lavar as mãos, organiza livros e lê nas prateleiras. Escolhe brinquedos. Diz que 'já está'. Envergonha-se atrás das pernas da mãe e esconde-se no ombro do pai. Brinca com o gato da amiga Cátia, brinca e esquece que nāo é boneco. Espeta-lhe os dedos nos olhos, vezes sem conta porque ele até deixa, nāo se importa de ficar com menos pêlo a cada festa amigável dos seus dedos cerrados e atrapalhados. Testa a resistência dos bichitos e dos brinquedos. Dança por mim, por ela, por todos e mais alguns. Põe tudo a dançar. Ou dança com tudo o que imaginar. Assusta-se pelos sons que nāo se explicam, que nāo se apresentam ou que nāo dizem onde ficam. Chateia-se nos parques infantis com o balançar sempre igual. Pensa. Pensa mais. Observa muito. Faz perguntas com as mãos e responde com os ombros. 'Onde está?' 'Não está.'. Joga com sabedoria entre o sim e o não. Responde, perguntando. 
E nós, claro, vamos amando, vamos vivendo e estando. 
Já lá vāo dezassete meses. 

Fotografia de Cátia Von Monteiro

Fotografia de Cátia Von Monteiro

quarta-feira, 8 de julho de 2015

16 Meses e a Grande Novidade



As novidades parece que vāo abrandando, assim se sente no sabor da minha escrita. Nāo, nāo deixei de amar. Nunca, jamais, em tempo algum. A vida é que vai ganhando sabor e crescendo tanto quanto ela. Juntas. Juntos. O dia-a-dia também tem cada vez  mais encontrado o seu rumo e equilíbrio. O trabalho tem aumentado gradualmente e todos nós bem com tudo isso. Como se à vida ainda se acrescentasse mais luz e caminho. 

Hoje a Amália, o meu pequeno grande enorme amor, completou 16 meses. E depois de várias tentativas sem sucesso e até de eu ficar preocupada… Aqui vai a grande novidade: A pequenita deu os primeiros passos sozinha. Sem apoio, sozinha. Foi uma emoçāo enorme porque custou a acontecer. Andou muito tempo agarrada a tudo, ganhou medo, caiu um dia e aterrou de cara. Mas foi hoje à noite que me largou a māo como se a sacudisse e num impulso corajoso de gente grande, andou. Ria muito. Sabia da sua grande conquista. Sentia o seu enorme grande passo. De rosto iluminado, andou e ria, sorria. Assim fez e repetiu quase durante uma hora. Exausta queria continuar. Foi absolutamente uma festa. Máquinas em punho e assim vivemos o grande momento: entre cada nova caminhada uma explosāo de palmas, gargalhadas e euforia. 
Saiu-me um peso de cima… É que gravei na memória o número 17. A pediatra disse, perante a minha preocupaçāo, que até aos 17 meses era natural e nada preocupante que ela nāo andasse sozinha, apenas apoiada. Estava nessa contagem a ver os dias passar, numa ansiedade silenciosa como quem acredita que por enquanto está tudo bem… mas a ver o tempo passar. Aflita e habituada à rapidez em tudo da parte dela, assaltava-me o verdadeiro receio. Por isso foi uma festa. Uma enorme alegria. Faltou apenas lançar foguetes. Nāo tinha. Lancei com gargalhadas, lancei com emoçāo. Lancei, por dentro, mas lancei.

Saiam da frente que agora ela vai querer passar. <3 
E para as māes que, como eu, ficam a achar que já nāo é normal demorar tanto tempo a aprender a andar… Pelos vistos: é! Pode ser, sim. Vai chegar o dia de lançarem os vossos foguetes. 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Corte De Cabelo e "Updates"


Agarrar numa tesoura e … Zás… Ufa… Custou. O que a pequenita chorou... e a camada de nervos que eu apanhei. É que estava a anunciar ficar com um cabelo de futebolista, versāo anos 80, e nāo ia dar. Mal comecei a ver o arrebitar de umas pontas longas sem nexo tive de me encher de coragem. 
Prova superada. A dificuldade foi acima de tudo o quanto a pequenita chorava e o que me partia o coraçāo. É que ela estava tāo revoltada e indignada com esta ideia de eu lhe estar a cortar o cabelo que contado ninguém acredita. A verdade é que parecia que lhe estava a fazer a pior coisa da vida… 
De coraçāo amargurado lá ia, a custo, cortando aqui e ali. Absolutamente focada, a coisa resultou. 
O pai, ia aparecendo e dizendo: Os caracóis todos!!!! E de repente, eu sentia-me qual Dalila a cortar os caracóis da força de Sançāo… Prova superada. O primeiro caracol guardado para a posteridade e um rosto a descoberto sem pontas anexas fora do sítio. 
Aos 15 meses apenas... pois ela foi carequinha até tarde.
Um "recuerdo":  

Agosto 2014


Junho 2015

  
A diferença é incrível. Sou daquelas māes que ama a comunicaçāo. E por isso mesmo, cada vez mais, me arrebata a evoluçāo incrível e a aprendizagem. O que nós já comunicamos… 
Todos os miúdos sāo diferentes. Cada um com o seu tempo para isto e para aquilo. E se vou aprendendo alguma coisa, é isto mesmo! Respeitar o tempo deles é importante. Sem forçar aprendizagens. E sem vacilar com as vozes daqui e dali. Essa parte é mais difícil. 
Aos 15 meses ainda nāo anda sozinha. Quando há crianças que andam aos 9 meses… Isto pode ser assustador e virar um bicho de sete cabeças. Para quê? Sem razāo. Na maioria das vezes se desenvolvem muito rápido a linguagem atrasam na marcha e vice-versa. Mesmo que se demorem em tudo, é o tempo deles. Andava com a cabeça em água porque ela nāo mastigava. Engasgava-se muito a comer pedaços mínimos… Perdi anos de vida com o pânico de que algo estivesse errado. Na creche comia tudo inteiro, pedaços, arroz, tudo. Em casa fazia birras e chorava por se engasgar imenso com o que quer que fosse sem ser passado na varinha. Esta semana, em casa, começou a comer grandes pedaços e a mastigar lindamente. Um peso que me saiu dos ombros. Menos um medo. Menos um receio. A pediatra brincava na última consulta: "Mas conhece alguém que nāo tenha aprendido a mastigar?" É facto, já mastiga.

Ainda nāo anda mas voa. Aliás, é provavelmente por isso que ainda nāo anda sozinha. Um destes dias, eu no sofá, ela no tapete a brincar e o pai também sentado a ler. 
Ela: "-Mamā!"  
Eu: "- Que foi, meu amor? Vem cá à mamā." 
Nisto ela esqueceu-se que se chamava Amália, que era bebé, que ainda nāo andava... e puf… Levanta-se firme para andar na minha direcçāo. Em entusiasmo brutal só tive tempo de suster a respiraçāo e pensar a mil "em pé... sozinha"… a determinaçāo dela fez prever uma coisa e acabou noutra: um vôo picado aterrando junto a mim em choro assustado. Na realidade, nada que fosse perigoso, claro. Mas assustou-se. Felizmente nunca insistimos para ela tentar andar sozinha. Foi ela que literalmente se levantou e achou que já fazia aquilo desde que nasceu. Assim será outra vez um destes dias mas com um final mais feliz. 
Quanto ao resto, já temos conversas longas. Ela entende tudo o que se diz e responde a perguntas fundamentais. Faz pedidos… bom… pedidos, pedidos nāo sei… Dá ordens. Aponta e ordena: Dá. Ou quando diz: áua. Que em Português significa água. Ou: uta que significa fruta. Mas de tudo penso que o dizer que sim é que alterou em tudo a comunicaçāo. Na verdade, alguém entender tudo o que se lhe pergunta, e ter a possibilidade de escolher entre o sim e o nāo como resposta, faz toda a diferença. O sim foi a alteraçāo mais significativa na linguagem até hoje. 
Hoje é-lhe possível fazer valer a sua vontade. É a força de um sim ou o poder de um nāo.  
É incrível a comunicaçāo, a partilha, a linguagem. E nós, pais, abrimos a boca de espanto o tempo todo. Nem percebemos como eles aprendem, como eles apreendem.  
Sem dúvida, mais bonito ainda que ter filhos é poder comunicar com eles. 
Amália, meu amor, um desejo para a vida: que a comunicaçāo entre nós seja sempre melhor, cada dia melhor. Sempre. 

terça-feira, 2 de junho de 2015

Viral…


Andamos nesta dor que nāo passa. A garganta arranhada, a tosse que acorda o prédio durante a noite e os abraços que damos apenas uma à outra no receio de deixar os outros na mesma. A tosse quando ataca parecemos pequenos "gremlins". Estamos fartas. Eu fartíssima. Acima de tudo por ela, é um aperto vê-la assim constantemente incomodada com isto. Ontem, no dia da criança, quando íamos dar um passeio… Enfim… Um filme. Acabou por chorar desalmadamente e o carro todo sujo depois de vomitar imenso. Valeu-me o pai e os avós. Obrigada <3. 
Sou inconsciente? Nāo. De maneira nenhuma. Os pediatras sempre o mesmo discurso: tem febre? Nāo, nāo tem. Nāo teve. Andamos nisto há 15 dias. Vamos estando bem nos intervalos porque ela é boa miúda, mas longe dos 100% como se percebe. Dificuldade para dormir com a tosse e a garganta a arranhar. Antibiótico? Para ela nem pensar. E para mim de nada vale porque segundo parece é viral. 
Estou mesmo farta. As dores de garganta sāo chatas mas faço a minha vida. Fazemos. 
Porquê? Como? 
É que já foi bem pior. Desde a rouquidāo total ao silêncio absoluto pela falta de voz. Dores que eram muito piores. Agora é uma moínha, uma chatice. A irritaçāo da tosse. Enfim… Há-de passar. 
É já uma espécie de estar doente nāo estando. Ou melhor, é um estar doente mas ignorando. 
Se dizem que nāo há nada a fazer… Que a miúda está bem… Que é tudo muito normal… Entāo façamos a nossa vida normal. Quem sou eu para achar ou deixar de achar? Sou apenas uma garganta com um corpo chato que nāo me larga... mas isso… Isso é um detalhe. Podia ser um "gremlin" feio e assim, pelo menos, só pareço um e muito de vez em quando. Menos mal, porque é mais à noite e está pouca gente a ver. 
Aqui a garganta irritada despede-se na esperança de voltar brevemente com cantilenas bem diferentes. 
Pode ser que este corpo já me tenha deixado de chatear e que tenha virado gremlin definitivamente.
Enfim… Há-de passar.

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Globos De Ouro




pulseira e anel indicador #stelladotstyle #stelladot


Foi uma noite bem passada. 
Uma aventura para mim. Um devaneio. Uma loucura.  
Precisava de mais tempo para acabar o meu vestido? Precisava. Ficou um vestido perfeito? Não. 
É isso que é importante? Também não. O meu problema é que gosto de perfeição. Sou exigente. Longe da perfeição e dessa exigência, fiquei feliz com o que me 'obriguei' a aprender com este processo. Para quem não sabe, costurei muito pouca coisa na vida. Tenho aprendido sozinha nos intervalos da vida. Nestes poucos meses fiz um casaco, umas toucas para a Amália, uma saia para mim e umas poucas coisas para ela. Daí a loucura de me meter a fazer um vestido de gala. Imprevistos? Imensos. Claro. Mas sem arriscar também nāo se chega a lado nenhum surpreendente. 
Ao sair de casa brincava porque lá ia em versāo romance, tipo noiva. Ao longo da noite os erros começaram a ficar mais óbvios no vestido. O peso da cauda, os puxões de dois em dois segundos de quem passava, e as minhas trapalhices fizeram com que quase virasse abóbora. Nāo virei… Ou talvez  até tenha virado… Depende do ponto de vista.
O corpete, depois de me sentar algum tempo lá foi ganhando outra forma. Falta de técnica, claro. Ossos do ofício de quem não tem experiência. Ou seja, houve momentos em que até estive bem mas outros em que já parecia um pequeno repolho. 
Ainda assim acho que mereço um "saldo positivo" pela loucura em que me meti. Foi, ainda que com erros, uma graça fazer o meu próprio vestido. Numa próxima vez quero ter em conta mais conforto, rigor e técnica. Quero aperfeiçoar, coisas básicas por exemplo: menos tecido, mais simplicidade,  e ter atençāo para favorecer o corpo. Houve alturas em que fiquei mesmo quase como um papel amachucado. Digo com graça, sem problema. Houve quem simpaticamente gabasse o vestido sem que fizesse sequer ideia que tinha sido feito por mim. Vale pela memória. 
Esta foi mesmo a minha primeira criaçāo, para o bem ou para o mal. Se a seguir vêm mais? Sim, claro. Agora é melhorar. 
Vantagem de me ter atirado para um desafio assim: o que quer que seja de roupa para o dia-a-dia passou a parecer "a piece of cake". Eu disse "passou a parecer"… De parecer a ser ainda é capaz de ir um passo. 
Espero que nāo odeiem. Espero até que gostem. Ficam as fotos. Boas e más. Enjoy e obrigada pelo apoio que recebi nas mensagens:  

Mesmo antes de sair de casa para a XX gala dos Globos de Ouro.


Já na gala com o Pedro <3



Durante a gala


Já bastante destruído, no fim da gala e sem conseguir mexer os pés. Desesperada.

Da gala, na memória fica o discurso tocante e sincero da Sara Carinhas e a maior graça nas palavras do "segundo melhor do mundo". O César Mourāo sempre no seu melhor e a actuaçåo dos D.A.M.A que adoro. O palco este ano ao vivo era lindíssimo.
Para o ano há mais. Talvez fosse melhor começar já a desenhar o próximo…