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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Agarrar


Foi com lágrimas nos olhos que dei por mim ontem a dar o suplemento à Amália antes de dormir.
Estava no silêncio da noite quando as pequenitas māos dela num gesto rápido se agarraram com força ao biberon. 
Fiquei em nostalgia completa. 

Percebi: eles crescem. 

Efectivamente num abrir e fechar de olhos eles deixam de depender tanto de nós. 
É bom, claro. E também custa, claro. 
Agora emociona, depois há-de custar. Primeiro pouco, depois mais, e mais e mais. 
É assim. Criamos, ensinamos, preparamos... Para a liberdade.  
Talvez entenda agora quando me dizem que vou ter tantas saudades dela assim pequenina, indefesa nos meus braços. Na ânsia de a ouvir falar, de a ver andar, de a querer a comunicar... Corria o risco de nāo me aperceber disto.
Vou, vou ter saudades, claro que vou. 
Na ânsia de lhe ver passar rápido as dores... Corria o risco de nāo me aperceber disto.
Vou, vou ter saudades, claro que vou. 

Já tenho mesmo antes do tempo andar. 

Agora. 
Fico no agora. 
Ainda falta muito para tudo o resto. 
Por agora cada dia uma novidade. 
A evoluçāo é abismal. Emocionante. Tocante. 
Agora fico pelo agora. 

  


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