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sexta-feira, 4 de abril de 2014

Os Teus Olhos



Um azul arrebatador e no fundo profundo um verde que lembra a vegetaçāo da serra de sintra numa manhā de Inverno. Sāo assim os teus olhos, meu amor. 
Por enquanto. Sāo assim. 
A cor, sei hoje, nāo fica definitiva até aos três anos de idade. Ao fim de um ano de vida os bebés têm apenas 50% da quantidade de melanina que dita a cor final dos olhos. Bebés com olhos castanhos ficarāo sempre com olhos castanhos, nāo mudam. Bebés com olhos claros podem alterar a cor dos olhos até aos três anos de idade. Segundo um cálculo feito hoje a probabilidade de teres olhos verdes é de 37,5%. Azuis 12,5% e castanhos 50%. Acho estes cálculos pouco interessantes comparados com aquilo que é olhar-te nos olhos. Pouco interessa se a cor fica ou vai, honestamente. O teu olhar é, sem sombra de dúvidas, um olhar profundo e único. A cor, sim, é de facto maravilhosa mas sofrerá todas as alterações que tiver de sofrer. Sou suspeita a ouvir opiniões de médicos ou a ler artigos sobre o assunto, pois olho para ti e acredito que sei exactamente qual a cor final que se adivinha contra estimativas, opiniões fundadas ou teorias baratas e caras. E nāo, nāo acredito que permaneçam azuis. E nāo, também nāo acredito que serāo castanhos. Escrevo para que fique lembrada a minha aposta no verde esmeralda com um toque de mel. Uma graça para recordar apenas. 
Se é importante? Nāo será. Seja qual for a cor vencedora, o importante é que mantenhas o brilho e a profundidade que definem esse teu olhar. Pois os teus olhos já falam, mesmo antes de ti. 
Escuros ou claros, o importante é saberes o que conta mesmo. E isso será apenas o que esse olhar terá capacidade para ver ao longo do tempo. 
Isso é mesmo o que interessa: Que sejas tu a pôr cor em tudo aquilo que vês.


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Os Teus Primeiros Quadros


Seria uma vergonha eu sendo licenciada em pintura decidir comprar quadros para as paredes do teu quarto, meu amor. Hoje, por isso mesmo, fomos comprar material para ser eu a fazer experiências e assim ser  responsável por essa maravilhosa tarefa. 

Devo explicar primeiro... Sempre tive muita dificuldade em encarar positivamente os quadros apenas decorativos. Passei anos a ser instruída no entendimento total de uma obra de arte e como a arte nāo serve o propósito de condizer com o sofá. No entanto, este caso é diferente. 
O meu problema até aqui sempre foi apenas relativamente a quadros decorativos. Tenho em mim toda a paixāo por decoraçāo de interiores que considero fundamental para o bem estar e a harmonia familiar, ou mesmo para o aconchego interior... Mas o respeito pela arte (e toda a carga de uma obra numa parede) fez-me sempre correr na direcçāo oposta à ideia de decorar as paredes com pinturas meramente decorativas. A pintura em si é muito mais que bonitos rabiscos pendurados nas paredes. E a melhor das decorações dá lugar à verdadeira arte. No limite nem que seja à arte do bom gosto e da simplicidade.  

Sim, esta situaçāo é diferente. Um quarto de bebé é um quarto de bebé e nāo só pode, como deve ser resultado de harmonia perfeita e calma profunda, com cores suaves e equilíbrio entre tudo. Fora das normas artísticas comuns. O que se coloca na parede de um quarto de um bebé tem de ser leve e sem "peso" de conteúdo, longe do "peso" comunicativo da  arte, distante de ideais ou regras artísticas. A regra aqui passa a ser apenas decorar, dar harmonia. Encontrar esses bonitos rabiscos e trazer pureza, aconchego, suavidade e calma àquele lugar, àquele ninho. Por isso, neste caso, vale a liberdade. Quadros vazios de significados profundos até, pois em si cada desenho, pintura ou ilustraçāo colocados junto a um berço, ou junto a um muda-fraldas, devem remeter pura e simplesmente para o universo da imaginaçāo e do sonho. Seja através de manchas de cor, seja através de harmoniosas texturas ou  traços carvāo. Neste caso, vale  o puramente estético. Sem complexidades, metáforas, cânones, técnicas ou significados profundos. 

A experimentar: o prazer puro pelas texturas e pela cor.  
Nāo sei o que daqui sairá, nem prometo que nada disto resulte, apenas digo que vou tentar. 
Vou tentar e longe do que fiz antes, longe da procura que até aqui foi sempre no sentido oposto. 
Agora sim, vou brincar às cores, às manchas sem limites. 
Espero que gostes. Espero que gostes.

domingo, 22 de dezembro de 2013

O Nosso Primeiro Natal


O nosso primeiro Natal. Todos. Juntos. 
Com tanta tarefa a árvore ficou pronta apenas no último segundo. Cheguei a acreditar que seria um Natal sem árvore e isso deixou-me inquieta. Fiz tudo mas tudo para que tivesses a tua primeira árvore, ainda que nāo a possas ver ainda. Fizemos o impossível nestes dias para organizar, transportar e mudar de casa. Sem ser possível eu carregar uma caixa nem mesmo o pai. Sim, é verdade. Apesar dessas dificuldades, nāo desistimos e foi possível contar com a ajuda preciosa dos nossos. Temos a nossa casa nova. A tua primeira casa. Cada dia que passar prometo que ficará cada vez mais cuidada e confortável para te receber. Falta pouco para te abraçar. Passa a correr o tempo. Este ainda nāo será o melhor Natal de sempre porque ainda nāo te vou ver a sorrir radiante com o que o Pai Natal te trouxe. Mas este será certamente o Natal que ficará marcado como o Natal em que tenho o meu melhor presente: Tu. 
Vamos preparando aos poucos a tua chegada. O teu berço já está aqui. Neste momento em pleno sala ainda. Cada coisa a seu tempo, pois assim tem de ser. É uma delícia olhar para ele e imaginar-te lá dentro daqui a uns tempos. É de princesa, claro. Branco, puro. A cor, essa trazes contigo. Quem por cá vai passando diz em tom de brincadeira: shiuuuuu que acordas a miúda. 
A verdade é que dentro de pouco tempo essa frase será dita e muito certamente. 
Também ontem ao telefone uma amiga falava do seu filho Vicente e do nascimento dele que faz agora 7 meses... Ouvi assim: "Ele nasceu. Passaram 5 minutos. Ele nāo chorou. 5 minutos. O pai ali. Eu ali. Levaram-no. Ele nāo chorou. Ele nāo chorava. Alguma coisa estava errada. Sabes tudo naquele momento. Porque sabes. As enfermeiras levaram-no. Nós ali. Ao longe, e depois dos mais longos 5 minutos da minha vida, o choro dele. E ali sim... Agora sim, sabia: a minha vida começou. Pois afinal ficou tudo bem." 

Que a minha vida comece. Que a nossa vida comece. Mais ainda. 
Feliz Natal, para ti. Feliz Natal. Para todos.