Um azul arrebatador e no fundo profundo um verde que lembra a vegetaçāo da serra de sintra numa manhā de Inverno. Sāo assim os teus olhos, meu amor.
Por enquanto. Sāo assim.
A cor, sei hoje, nāo fica definitiva até aos três anos de idade. Ao fim de um ano de vida os bebés têm apenas 50% da quantidade de melanina que dita a cor final dos olhos. Bebés com olhos castanhos ficarāo sempre com olhos castanhos, nāo mudam. Bebés com olhos claros podem alterar a cor dos olhos até aos três anos de idade. Segundo um cálculo feito hoje a probabilidade de teres olhos verdes é de 37,5%. Azuis 12,5% e castanhos 50%. Acho estes cálculos pouco interessantes comparados com aquilo que é olhar-te nos olhos. Pouco interessa se a cor fica ou vai, honestamente. O teu olhar é, sem sombra de dúvidas, um olhar profundo e único. A cor, sim, é de facto maravilhosa mas sofrerá todas as alterações que tiver de sofrer. Sou suspeita a ouvir opiniões de médicos ou a ler artigos sobre o assunto, pois olho para ti e acredito que sei exactamente qual a cor final que se adivinha contra estimativas, opiniões fundadas ou teorias baratas e caras. E nāo, nāo acredito que permaneçam azuis. E nāo, também nāo acredito que serāo castanhos. Escrevo para que fique lembrada a minha aposta no verde esmeralda com um toque de mel. Uma graça para recordar apenas.
Se é importante? Nāo será. Seja qual for a cor vencedora, o importante é que mantenhas o brilho e a profundidade que definem esse teu olhar. Pois os teus olhos já falam, mesmo antes de ti.
Escuros ou claros, o importante é saberes o que conta mesmo. E isso será apenas o que esse olhar terá capacidade para ver ao longo do tempo.
Isso é mesmo o que interessa: Que sejas tu a pôr cor em tudo aquilo que vês.