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segunda-feira, 31 de março de 2014

O Bater Do Coraçāo



Finalmente descobri a melhor forma de dar atençāo à Amália mas continuar a ter mobilidade. Ofereceram-me o baby sling ideal da marca minimonkey. Tenho andado em versāo kit "māos livres" pela casa e nāo quero outra coisa. Tal como os cangurus ou os macaquinhos cá andamos nós. E assim vai ser para ir ao café da esquina, à farmácia ou comer um gelado. A Amália adormece 3 segundos depois de aqui entrar. Fica protegida, ouve o bater do meu coraçāo, acalma e é como se estivesse de novo na minha barriga. Eu assim consigo fazer tudo sem esforço e com as duas māos livres. Melhor do que quando a tinha dentro da barriga e já mal me baixava.

Sāo imensos os baby slings que existem por aí. No entanto é preciso ter em conta vários factores que nem sempre nos lembramos por achar que basta escolher o mais bonito e que depois em termos de funçāo e qualidade é tudo igual. Mas nāo é! Um bom baby sling é confortável para o bebé e para a māe tendo de ser regulável em altura para se ajustar ao passar do tempo, ao peso e até à fisionomia da māe. Bem como deve ser almofadado nas bordas para nāo vincar, em nenhuma das posições possíveis, o nosso bebé e assim evitar magoar a tenra pele. Também tem de ser seguro e deve ter sido convenientemente testado. Adoro a facilidade com que um pedaço de pano brilhantemente pensado e trabalhado me facilita a vida para aqui e para ali. Estou profundamente feliz com este presente. 

Obrigada Célia.

Farei toda a publicidade do mundo sem me ter sido pedido porque é, de facto, uma maravilha o conforto que este baby sling proporciona em comparaçāo com os outros. 

Fica a referência aqui em baixo no site da marca para os interessados. 
Podem comprar na Kuantos Meses em Algés. 
Eu amo.    

https://www.minimonkey.com/productinfo/baby-sling-4-in-1

Kuantos Meses/ localizaçāo 

sexta-feira, 28 de março de 2014

Boas Notícias

Dia 07.03.2014 - recolha células estaminais no parto

Mesmo na fase final do parto a equipa médica procedeu à recolha das células estaminais do sangue e do tecido do cordāo umbilical. O processo é complexo, passa por diversas fases. E por isso mesmo, apenas hoje tive a confirmaçāo de que todo o processo tinha corrido de forma positiva e com sucesso. Estamos felizes com a nossa escolha e com a nossa confiança na Cytothera. Pois é comum e natural acontecer que na recolha algo possa impedir a criopreservaçāo por contaminaçāo, seja durante ou anteriormente ao parto. Felizmente connosco tudo correu pelo melhor. Após avaliaçāo apropriada já em laboratório sabemos agora que todo o processo correu bem e com sucesso. Existem 3 fases: a recolha, o processo e criopreservar. Missāo cumprida. Todos nós fizemos a nossa funçāo com distinçāo. 

Resta-me agradecer à Cytothera e à MAC por todo o processo. 
Quanto às células... Queremos, desejamos e rezamos para que fiquem apenas guardadas o tempo todo e que delas nunca precisemos ... Para nada. É muito bom saber que temos a segurança de as ter ... Mas, como todos os pais no mundo, queremos que nunca, mesmo nunca, precisemos delas pois significa que a pequena Amália está e estará sempre de perfeita saúde.



quinta-feira, 27 de março de 2014

Onde Estás Tu, Natureza?



Nāo é fácil... Nāo tem sido fácil...

Só digo a verdade. E nāo... Nāo é fácil... 
Estou capaz de esganar quem me diga ou repita mais alguma vez que "cólicas é normal" "faz parte" "é mesmo assim" "depois passa"...

Ou eu sou doida ou há alguma coisa aqui que nāo me faz muito sentido. Quer dizer... A natureza faz um trabalho exemplar de 9 meses a gerar na perfeiçāo bebés encantadores que deixam māes e pais boquiabertos pelo milagre que é todo o processo... E querem que esses mesmos pais ouçam tranquilamente que é "normal" "natural" "muito comum" esses mesmos filhos chorarem desesperadamente com dor, sim, com dor, com desespero, com toda a força que conhecem... Porque o intestino dos seus recém-nascidos ainda nāo está preparado para o leite e precisa de habituaçāo... Sāo "apenas" os primeiros meses de vida... "Faz parte"... Seria o mesmo que dizer: cada vez que abre os olhos dói porque ainda se estāo a habituar. Ou: Cada vez que respira dói porque os pulmões nāo estāo habituados a respirar...  Mas é só o intestino que tem de se habituar?  

Onde estás tu natureza nesta altura? Nestes "apenas" primeiros meses de vida...
Quero parar o choro desesperado da minha filha. Quero arrancar-lhe a dor dos gritos de sofrimento. E onde estás tu natureza? 
Sim, ela é calma, tranquila, um anjo na terra. Mas agora, constantemente sofre com as famosas "cólicas", dores horríveis que lhe retiram a tranquilidade que a caracteriza. E onde estás tu, natureza?
Queres que aceite que sabes colocar dentro de mim um feijāo que se torna num dos mais maravilhosos seres do planeta, que até se vira para a posiçāo certa antes de nascer porque assim tem de ser... E tu, natureza, queres que ache normal que em todo esse processo te esqueceste de um detalhe: os bebés e os seus intestinos têm de funcionar! 
Nāo posso aceitar. 

Lamento, mas essa resposta nāo me serve.   
Nāo, nāo é normal. Nāo, nāo pode ser normal um bebé torcer-se com dores desta maneira. Porquê? Porque nāo é apenas o meu bebé... É um planeta de bebés que se torce com dores e chora meses a fio porque tem dores de barriga...  

Natureza, lamento dizer, mas era fundamental corrigires este erro o quanto antes pois parece impossível entre tamanha perfeiçāo teres deixado passar, e assim continuar, estas dolorosas experiências para pais e bebés...
Hoje estou revoltada contigo, desculpa natureza, mas deixa-me dorida esta dor que lhe vejo e sinto todos os dias a tantas horas...


segunda-feira, 24 de março de 2014

Māe Da Amália


Eram 19h ontem quando o Pedro me disse muito sério:

"- Tens de sair um bocadinho de casa. Vai. Tens de ir senāo ficas doida. Vai. Sai um bocadinho. Vai."

Simplesmente fui posta fora de casa para ir passear um bocadinho sozinha. 

Pela primeira vez na rua depois de ter sido māe e longe da minha pequenita Amália... Senti-me estranha. A primeira sensaçāo foi de peso na consciência. Como se fosse errado deixar a minha filha por pouco tempo que fosse. 
E nem de propósito, mal coloquei o pé na rua, encontrei várias pessoas. A primeira foi a querida Madalena, que mal me viu ao longe, me perguntou curiosa e simpática: 
- Oh Ana, nāo acabaste de ser māe? 
- Sim, acabei. Faz agora meia-hora. - disse eu em jeito de brincadeira. 
Mas senti um peso. O peso na consciência. 
A Madalena continuou:
- E onde é que ela está? 
Lá se acentuou outra vez ... O peso...
- Está em casa. Acabou de mamar. Tenho de me despachar para voltar para casa antes que volte a ser hora. 
E senti-me a justificar. 

Uma tolice. Mas senti um peso. O peso.

Dei mais três passos... Parece comédia, mas nāo é... E pumba... Tufas... Mais um encontro.
Encontrei a amiga Sílvia que nāo via desde um espectáculo, uma peça. (A Sílvia é a diversāo em pessoa, uma graça. Tenho saudades da Sílvia.) E ouvi: 
"- Ana... Oláááá... Nāo foste māe agora?" 
Meu Deus... Parece que o universo se uniu para me pôr à prova... Como se todas estas perguntas me levassem para o mundo do: "Mas que raio estás tu aqui a fazer com uma bebé de 15 dias em casa??!!!" Encontros inofensivos com pessoas de quem gosto mas a sentir um peso, um peso... 
Muito peso. Senti como se fosse um crime eu estar na rua longe da Amália.

Dois dedos de conversa rápida com a amiga Sílvia sobre a maravilhosa Amália mas adiantando e explicando que tinha mesmo de me apressar. Nāo podia ficar.
Lá fui sem dar para matar as saudades que tenho da Sílvia e das nossas gargalhadas e dos seus trocadilhos. 

Pouco depois, já na fila do supermercado, com um carrinho de compras pouco cheio para nāo me demorar, contava os minutos para voltar para casa a correr. Pensava nas coisas mais estapafúrdias como: Se fico presa nalgum lado, tipo elevador? Se me acontece alguma coisa, como é que a Amália come? Ela depende de mim!!! ... Enfim... Por aí fora. Coisas tolas mesmo, até em tremores de terra pensei... Enfim, seja o que for que acontecesse haveria milhares de formas de resolver, certamente ignorando o exagero do pensamento trágico. A verdade é que me passaram centenas de ideias, mesmo muito tolas, pela cabeça enquanto a senhora da frente colocava os alimentos no tapete da caixa. E eis que reparo que a senhora me começou a fixar muito. Olhava para mim, voltava a olhar... E olhava, voltava a olhar... E eu no mundo dos tsunamis... A senhora olhava, olhava, olhava... Até que ganhou coragem e disse:
- Desculpe incomodar mas nāo foi māe? Nāo é a māe da Amália?
Ahahhhaahhahaha. 
Soltei uma gargalhada. Nāo aguentei. 
Morri. Também esta senhora para me confrontar com o meu peso...

A cliente continuou de sorriso nos lábios e disse-me alegremente:
- É que vi na revista que a sua menina se chama Amália e que já nasceu.
  
Morta de ternura pela situaçāo, ri-me com a senhora porque nāo só era mais uma pessoa a pôr-me à prova como, e acima de tudo, me matou com a pergunta "Nāo é a māe da Amália?" 
Respondi cheia de orgulho:
- Sou sim: A māe da Amália... E estou a contar os minutos para voltar para casa porque me faz confusāo ver o tempo a passar e ela quase a precisar de comer.

Respondeu-me prontamente: 
- Tenha calma, eles aguentam sem nós. Mais facilmente que nós sem eles.

E lá se despediu, pagando a sua conta e desejando tudo de bom para nós... 

Agradeço mesmo. Mas o que agradeço mais ainda é eu ter passado a ser: A māe da Amália. 
Derreteu-me o coraçāo. Garanto. 
Valeu a pena esta visita ao supermercado. Uma ternura.
Voltei para casa num abrir e fechar de olhos. 

Uma aventura estes pequenos momentos sem o Pedro e a pequena Amália... 
Parece-me óbvio que preciso aprender a lidar com tanta novidade.  

Assinado: A māe da Amália

sábado, 22 de março de 2014

Super Pai


Posso não ter sempre tempo para escrever mas... Tenho tempo para partilhar a foto do super pai. 


E da mini princesa. 
<3 

sexta-feira, 21 de março de 2014

Desespero De Nāo Saber O Quê


Hoje foi difícil. 
O choro entranha-se na alma e grita-nos de desespero.
Costuma ser calma, serena, tranquila...
Hoje nāo. 
Uma noite de agitaçāo, inquietaçāo total, choro desalmado. 

Aprendi o verdadeiro significado do "nāo saber o que fazer". 
Segui todas as listas de razões para o choro desalmado. 
Lista acima, lista abaixo. 
Nada. Qual o resultado?

Choro desalmado. De quem nāo tem consolo. 
Aconteça o que acontecer. Faça-se o que se fizer. 
Fizemos tudo. Todos os truques. Todos os malabarismos. 

Ficámos nós inconsoláveis. De tristeza gigante que se apodera de nós com provas da nossa incompetência no momento. 

Foram horas. Horas a tentar acalmar lágrimas sentidas. As dela. 
Depois as minhas. 

Nāo chorei de cansaço. Chorei por nāo saber mais como ajudar, o que fazer, como fazer. 
Diz-se nos livros que todos os pais experimentam desta angústia. 

Ofereçam-me cansaço. Ofereçam-me noites sem dormir. Ofereçam-me tudo. Aguento tudo.
Mas por favor vamos evitar esta angústia do choro desesperado sem luzes da razāo. 

Deita-me por terra tudo aquilo que nāo entendo. Sempre deitou.
Mais que tudo com lágrimas gritadas sentidas indefesas aos 14 dias. 
Estamos cá para defender. 
Estamos.
Mas de quê? Tenho sempre de saber de quê...  

Passadas horas, listas corridas de ponta a ponta. Estratégias repetidas.
Dormiu. Serena. Como sempre. Como sempre.

E foi o quê? Foi de quê?
Nāo sabemos. Nāo sei. 

Mas passei a conhecer o maior dos desesperos de nāo saber o quê. 
E foi o quê? E foi o quê?



quarta-feira, 19 de março de 2014

19 Março 2014


Feliz primeiro dia do pai...

A Amália ainda não escreve. Mas certamente já sente. Já te sente, pai.
Ao longo destes dias tenho recebido mensagens, lido histórias e ouvido relatos. Sobre? Sobre os pais. Em geral a ausência de pais. 

Nem todas as mulheres têm a nossa sorte. E por isso... Eu e a Amália, hoje escrevemos para te agradecer, Pedro. Para te agradecer o pai que és. 

Pode parecer-te banal, pois és assim genuinamente... Mas quantos são os pais que, como tu, dão a mão à mãe sempre que ela precisa? Que carregam ao colo o choro desalmado de dias? Que se multiplicam por 3 e 4 para correr entre farmácias, mercearias, supermercados e padarias? Ou que mudam fraldas como se fosse ciência exacta, e que apredem a cozinhar nestes tempos cansados, ou mesmo que acordam de noite como molas ao som do mais leve esgar? 

Quantos sāo os pais assim? 

Poucos. Muito poucos. 
Mas tu és, Pedro.
És tudo isto e mais e mais e mais.

Por isso, eu e a Amália agradecemos. Pai e Pedro, sempre aqui ao nosso lado.
Feliz dia. Felizes dias, do pai e de tudo. 
Porque assim mereces.